Temer fala em ajuste fiscal, mas PMDB defende aumento do Judiciário - Página Xique-Xique

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23 agosto, 2016

Temer fala em ajuste fiscal, mas PMDB defende aumento do Judiciário



Um dia depois de o presidente em exercício Michel Temer se reunir com líderes dos partidos da base na Câmara para reafirmar o compromisso do governo com o ajuste fiscal e defender um freio na concessão de aumentos salariais no serviço público, o PMDB do Senado caminhou em sentido contrário.

O senador Valdir Raupp (RO) apresentou voto em separado na Comissão de Assuntos Econômicos em defesa do aumento salarial do Judiciário. Em seguida, o líder da bancada, Eunício Oliveira, apresentou requerimento de urgência para a votação do projeto – o que permite a votação diretamente em plenário já nesta quarta-feira.

O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, responsável pela articulação política, que na véspera foi o porta-voz do governo do anúncio do compromisso com o ajuste fiscal sem novos aumentos salariais, hoje refez a declaração.

Ele disse ao blog que estava se referindo a matérias que não estavam no Congresso, como reajuste salarial de policiais e da diplomacia.

Quanto ao aumento do Judiciário, disse que nada mais o governo poderia fazer porque o projeto já estava no Congresso e que o Planalto não iria interferir.

"O que está pendente de envio ao Congresso não será tratado. Mas o que já está no Congresso é autonomia do Congresso", afirmou Geddel.

Eunício Oliveira disse que o requerimento de urgência é assinado por nove líderes partidários e observa que não recebeu qualquer telefonema do Palácio do Planalto para não levar o projeto de aumento do Judiciário.

"O projeto passou na Câmara e passou na Comissão de Justiça do Senado. Não vi qualquer movimento para não conceder este aumento", disse Eunício no começo da noite, a caminho do Palácio do Planalto.

Ele afirmou que vai ouvir a orientação do governo. "Eu não vou brigar com ninguém por causa disso", declarou.

O comportamento do PMDB irritou a bancada do PSDB e levou o líder Aloysio Nunes Ferreira a se queixar ao presidente em exercício, Michel Temer. Para os tucanos, o PMDB passa a apoiar o aumento, deixando para o PSDB o papel de dizer não ao Judiciário.

"O PMDB está fazendo como o PT fazia: o PT ficava contra projetos de Dilma. Agora, o PMDB não assume as propostas do governo Temer", afirmou Aloysio Nunes.

Temer deve pedir ao PMDB que pelo menos adie a votação do projeto de aumento do salário do Judiciário.


Para o presidente do PSDB, Aécio Neves, o PMDB tem de mostrar claramente se é contra ou a favor do ajuste fiscal. "O momento não permite mais ambiguidades", disse ele.






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