Rating foi cortado de B3 para Caa1 – categoria de alto
risco de calote. Investigada pela Lava Jato, empresa está com limitações de
financiamento.
A agência de
classificação de risco Moody's rebaixou a nota de crédito em escala global da
Odebrecht Engenharia e Construção (OEC), de 'B3' para 'Caa1' -– categoria
considerada de alto risco de calote.
Em comunicado,a
Moody´s afirmou que o rebaixamento reflete a percepção de aumento de risco de
crédito para a Odebrecht "devido à deterioração do perfil de liquidez da
companhia até Junho de 2016 e às incertezas comerciais em meio à evolução dos
riscos reputacionais".
A perspectiva é
negativa, o que significa que outros cortes podem acontecer no médio prazo. Com
o corte anunciado, a nota de crédito da OEC está apenas três degraus acima do
nível considerado calote.
Efeito Lava Jato
A agência cita as
limitações impostas à companhia em decorrência das investigações da operação da
Lava Jato como as limitações de financimento.
O BNDES, por
exemplo, suspendeu o repasse de recursos para projetos no exterior de
construtoras investigadas pela Lava Jato, como é o caso da Odebrecht.
"O longo
processo de investigação resultou em disponibilidade limitada de financiamento
para os projetos do grupo, criando desafios adicionais para a participação da
OEC em projetos de infraestrutura futuros ou em andamento nos principais
mercados da companhia, a América Latina e a África", destaca a Moody´s.
A Odebrecht SA, que
controla a OEC, está buscando um acordo de leniência com o governo, enquanto o
ex-presidente da companhia, Marcelo Odebrecht, segue preso. Para a Moody's, a
conclusão desse processo é essencial para a sustentabilidade operacional da
companhia.
Crise financeira
Em junho, a OEC
divulgou volume de projetos contratados de R$ 22,9 bilhões, redução de 19% no
portfólio de negócios desde o fim de 2015, destaca a Reuters.
Devido a esse e
outros fatores, a posição de caixa da empresa caiu de R$ 2,5 bilhões m 31 de
dezembro de 2015 para R$ 1,7 bilhão em 30 de junho. Segundo a Moody's, o valor
em caixa representa um pouco mais da metade da dívida não auditada, incluindo
garantias de dívidas extra patrimoniais.
A Moody´s diz que
os ratings podem ser novamente rebaixados se a empresa deixar de publicar
relatórios anuais auditados, o que desencadearia aceleração de dívida, ou se
fizer uma reestruturação de dívida que resulte em perdas maiores que as
esperadas para credores. Os ratings também poderia ser reduzidos caso a agência
perceba aumento do risco decorrente de ações judiciais.
Da receita líquida
de R$ 117 bilhões da Odebrecht em 12 meses até junho, 41% foi gerado pela OEC.
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