Vanderlei Graebin, de Vilhena, se entregou após prisão
ser decretada. PF cumpriu mandado de busca na casa dele nesta sexta-feira (17).
O vereador
Vanderlei Amauri Graebin (PSC) foi preso pela Polícia Federal (PF) nesta
sexta-feira (21) e afastado do cargo em Vilhena (RO), a 700 quilômetros de
Porto Velho. Conforme a PF, ele se entregou na sede da PF após a Justiça do
estado decretar a prisão preventiva do parlamentar. Graebin, que foi reeleito
nas eleições de outubro pela 6ª vez, é um dos cinco vereadores indiciados pela
PF por lavagem de dinheiro e corrupção. No início da semana, o vereador José
Garcia da Silva (DEM) também foi preso.
Conforme a PF,
desde a parte da manhã desta sexta os policiais federais cumpriram mandado de
busca e apreensão na casa e no gabinete de Graebin. Pouco tempo depois, ele se
apresentou espontaneamente na unidade regional da PF acompanhado de uma
representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Como também é advogado,
ele pode ser ouvido na presença da advogada.
O vereador, que
está na Câmara Municipal desde 1997, está em seu 5° mandato consecutivo. Nas
eleições deste ano ele se reelegeu para o 6°, que iniciaria a partir de 2017.
Segundo a PF, as investigações começaram quando o Ministério Público Federal
(MPF) soube das irregularidades, através de outras operações desencadeadas no
município.
As apurações
apontam que os vereadores participavam de um esquema de aprovação de
loteamentos na cidade, mediante recompensa. Para os loteamentos serem
aprovados, eles recebiam terrenos e quantias em dinheiro. Até o momento, a PF
acredita que o grupo tenha adquirido mais de R$ 500 mil no esquema.
O advogado José
Francisco Cândido explica que assim que soube da expedição do mandado de
prisão, Graebin o procurou. O vereador se apresentou, acompanhado do advogado,
na delegacia da PF. Durante interrogatório, se manteve em silêncio, e à tarde,
colocou tornozeleira eletrônica.
"Ele é
advogado, inscrito na OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], e diante da
inexistência de sala de Estado Maior, prerrogativa de advogados, ele vai
cumprir a prisão em regime domiciliar. Ainda estamos a analisar os documentos
para saber a próxima medida a ser tomada", explicou.
O Tribunal de
Justiça de Rondônia também deu deferimento ao afastamento do cargo do vereador,
um pedido feito pela PF. O motivo da prisão desta sexta-feira segue em segredo
de justiça.
Primeira prisão
Na última
terça-feira (18), o vereador Garcia foi abordado por policiais que encontraram
em seu carro, documentos de compra e venda de terrenos que seriam repassados a
vereadores. O judiciário aceitou o flagrante de Garcia e reverteu em prisão
preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. Ele permanece preso na Casa de
Detenção do município.
Afastamento da função
Os vereadores
indiciados devem ser afastados da Câmara de Vereadores. A PF enviou um ofício à
casa de leis, onde ressalta o cumprimento do artigo 17-D, que dispõe sobre
crimes de lavagem de dinheiro.
Na lei diz que
"em caso de indiciamento de servidor público, este será afastado, sem
prejuízo de remuneração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz
competente autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno".
Com o afastamento
do presidente, Júnior Donadon, e prisão do vice, Garcia, a 1ª secretária, Maria
José (PDT), deve assumir a presidência da casa. "Isso é o que fala o
regimento interno da câmara, mas até o momento não tomei ciência dos
acontecimentos, e não fui oficializada. Vamos verificar como proceder, mas
provavelmente os suplentes desses vereadores deverão ser chamados, pois ao
contrário, não tem como votar matérias", explica Maria José.
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