Desde que o Jogo da
Amizade foi anunciado, no fim do ano passado, o técnico Tite vinha dizendo que
o resultado do campo era o que menos importava. Havia um propósito nobre na
partida entre Brasil e Colômbia - arrecadar fundos para os familiares das
vítimas do voo da Chapecoense e agradecer o carinho dos colombianos em meio à
tragédia. O aspecto solidário da partida foi alcançado, mas faltou torcida nas
arquibancadas do Engenhão, nesta quarta-feira (25) à noite, e um pouco de
futebol dentro de campo.
Ao todo, 18.695
pessoas foram ao estádio da zona norte do Rio assistir a seleção brasileira
vencer a Colômbia por 1 a 0. Muitos clarões puderam ser vistos no remodelado
estádio utilizado pelo Botafogo, algo bem diferente do que acontece nos jogos válidos
pelas Eliminatórias da Copa, nos quais a torcida geralmente comparece em peso.
O público presente
fez sua parte. Antes do jogo, com as luzes do estádio apagadas e apenas com um
grande símbolo da Chapecoense iluminado no gramado, os torcedores aplaudiram de
pé os jogadores Alan Ruschel, Neto e Jackson Follman, do time catarinense, e o
radialista Rafael Henzel, todos sobreviventes do desastre aéreo. Eles receberam
uma homenagem dos chefes de delegação de Brasil e Colômbia e cantaram juntos os
hinos nacionais.
Quando a bola
rolou, o que se viu foi uma seleção diferente da habitual e sem muita
inspiração. Formado apenas por atletas que atuam no País, com um único treino
preparatório e com jogadores ainda longe de sua melhor forma física, o Brasil
foi um time burocrático, que optou por toques curtos e pouca verticalidade. Nem
de longe foi o time que devolveu o encanto à torcida no segundo semestre do ano
passado.
Tite sabia que
seria dessa forma, mas aproveitou a partida com a Colômbia para observar mais
de perto o comportamento de jogadores que poderão fazer parte do grupo para as
próximas partidas das Eliminatórias.
Dois deles se
destacaram. Lembrado por Tite em entrevistas no ano passado, o zagueiro
gremista Pedro Geromel foi titular durante toda a partida e demonstrou a
segurança habitual, além de dar qualidade na saída de jogo do Brasil.
Mas o principal
nome na partida foi o meia palmeirense Dudu. Jogando aberto pelo setor
esquerdo, o jogador criou as melhores jogadas ofensivas do Brasil e foi o autor
do gol da vitória, marcado de cabeça no primeiro minuto do segundo tempo.
Na metade final do
segundo tempo, Tite colocou Luan na vaga do mais que discreto Diego Souza, e
Camilo na vaga de Dudu. O Brasil ganhou velocidade e passou a assustar o gol de
González. O placar, contudo, não foi mais mexido. Nem precisava. Afinal, o próprio
Tite sempre disse que o resultado era o que menos importava.
Mas,
independentemente do peso esportivo do jogo desta quarta, Tite ampliou para
sete vitórias em sete jogos o seu ótimo início de passagem pelo comando da
seleção brasileira, que voltará a jogar pelas Eliminatórias da Copa de 2018 em
23 de março, quando enfrentará o Uruguai, fora de casa, com o objetivo de
ampliar ainda mais a sua liderança no qualificatório sul-americano para o
Mundial - hoje tem quatro pontos de vantagem sobre os uruguaios, vice-líderes.
FICHA TÉCNICA:
BRASIL 1 X 0
COLÔMBIA
BRASIL - Weverton;
Fagner, Geromel, Rodrigo Caio e Fábio Santos (Jorge); Wallace, William Arão
(Rodriguinho), Lucas Lima (Gustavo Scarpa) e Dudu (Camilo); Robinho (Diego) e
Diego Souza (Luan). Técnico: Tite.
COLÔMBIA -
González; Bocanegra, Felipe Aguilar, Tesillo e Díaz (Balanta); Abel Aguilar
(Cuellar), Uribe, Macnelly Torres (Montoya) e Copete; Teo Gutiérrez (Berrío) e
Borja (Rangel). Técnico: Jose Pekerman.
GOL - Dudu, a 1
minuto do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS -
Abel Aguilar (COL); Geromel e Lucas Lima (BRA).
ÁRBITRO - Jorge
Ignacio Baliño (ARG).
PÚBLICO - 18.695
torcedores.
RENDA - R$
1.219.675,00.
ESTÁDIO - Engenhão,
no Rio.
Fonte: Estadão
Conteúdo.
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