Dólar fecha abaixo de R$ 3,80, de olho em operação Lava Jato - Página Xique-Xique

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05 março, 2016

Dólar fecha abaixo de R$ 3,80, de olho em operação Lava Jato

Notícias sobre Lula mexeram com mercado; ação do BC limitou perdas. A moeda norte-americana caiu 1,09%, a R$ 3,7607.




O dólar fechou em nesta sexta-feira (4), após a Polícia Federal lançar nova fase da operação Lava Jato que tem como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na véspera, a moeda recuou com força, renovando a menor cotação do ano.

A moeda norte-americana caiu 1,09%, a R$ 3,7607. Veja a cotação do dólar hoje. Na semana, a queda foi de 5,93% - maior recuo semanal desde outubro de 2008, segundo a Reuters. No mês e no ano, há desvalorização acumulada de 6,06% e 4,74%, respectivamente.

Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h10, queda de 2,86%, a R$ 3,6931.
Às 9h40, queda de 2,64%, a R$ 3,7015.
Às 10h10, queda de 2,24%, a R$ 3,7168.
Às 10h40, queda de 3,3%, a R$ 3,6765.
Às 11h, queda de 2,94%, a R$ 3,6901.
Às 11h29, queda de 2,49%, a R$ 3,7064.
Às 12h10, queda de 1,21%, a R$ 3,7562.
Às 12h37, queda de 1,95%, a R$ 3,7280.
Às 13h16, queda de 1,88%, a R$ 3,7305.
Às 13h42, queda de 1,78%, a R$ 3,7345.
Às 14h19, queda de 2,08%, a R$ 3,723.
Às 14h59, queda de 1,99%, a R$ 3,7265.
Às 15h43, queda de 1,47%, a R$ 3,746.
Às 16h30, queda de 0,81%, a R$ 3,7712.

De acordo com a Reuters, a moeda caiu 3,87% e chegou a R$ 3,6550 na mínima do dia, menor patamar intradia desde 1º de setembro de 2015 (R$ 3,6192).

Bovespa

O principal índice da Bovespa também avançou forte, registrando o maior ganho semanal desde 2008, com investidores reagindo à nova fase da Lava Jato. O Ibovespa subiu 4,01%, aos 49.084 pontos. Pela manhã, o Ibovespa, principal indicador da bolsa, chegou a subir quase 7%, no pico do dia. Veja a cotação da bolsa hoje.

Cenário político

A operação Lava Jato lançou nesta manhã nova fase da investigação tendo como alvo Lula, contra o qual foram expedidos mandados de condução coercitiva e busca e apreensões, para apurar possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro do esquema envolvendo a Petrobras.

Notícias que aumentam a pressão sobre Dilma, alvo de processo de impeachment, vêm sendo bem recebidos pelo mercado, que entende que uma troca no governo pode trazer de volta a confiança e abrir espaço para mudanças na política econômica, segundo a Reuters.

"O mercado acredita que todo mundo vai cair e que um possível novo governo dê um gás na economia do país", disse ao G1 o professor de finanças e economista da NeoValue Investimentos, Alexandre Cabral.

“Nós estávamos passando por momentos de incerteza e com a inexistência de uma perspectiva de uma melhora da economia brasileira, principalmente pela própria inanição do governo. Então com essas resultantes da Lava Jato, começa a surgir um alento e no mercado ressurge uma perspectiva de que o Brasil pode melhorar”, disse também ao G1 Otto Nogami, professor de economia do Insper.

Segundo ele, o mercado é altamente especulativo e pontual, então quando as coisas acontecem elas já repercutem rapidamente. “Essa operação de hoje não estava precificada pelo mercado como estava o rebaixamento do grau de investimento do Brasil pela Moody’s na semana passada”, explica.

Ainda assim, alguns analistas ponderam que as turbulências políticas podem dificultar ainda mais a governabilidade no presente. Além disso, não é certo que a saída da presidente resultaria em um governo mais apto a promover as reformas econômicas dolorosas que muitos acreditam ser a chave para a recuperação brasileira, acrescentou a Reuters.

"O mercado está apostando em uma retomada da confiança que pode não se concretizar. Há uma certa euforia e acho que algumas pessoas estão indo no embalo, mas tem muita água para rolar ainda", disse à agência o operador de um banco internacional, sob condição de anonimato.

EUA

Também contribuíram para o recuo da moeda norte-americana nesta sessão dados mostrando que a economia dos Estados Unidos criou mais vagas que o esperado em fevereiro.

O efeito foi limitado, porém, porque os números também podem abrir caminho para aumentos de juros nos EUA, algo que prejudicaria mercados emergentes.

Ação do BC limitou perdas

O dólar reduziu as perdas no final da manhã após o BC vender apenas parcialmente a oferta de swaps cambiais, contratos equivalentes a venda futura de dólares, em leilão para rolagem. Entenda como funciona.

Em seu programa diário de intervenção no câmbio, o BC vem rolando integralmente todos os swaps nos últimos sete vencimentos. Segundo a Reuters, neste mês o BC vinha indicando que rolaria integralmente os swaps que vencem em abril, que correspondem a US$ 10,092 bilhões, vendendo sempre a oferta integral diária de até 9,6 mil contratos. Nesta sessão, porém, vendeu apenas 8 mil swaps, golpeando instantaneamente as cotações.

"Parece que o BC quer segurar um pouco a queda do dólar, está muito intensa", disse à agência o gerente de câmbio da corretora BGC, Francisco Carvalho.

Com o leilão deste pregão, o BC rolou ao todo US$ 1,790 bilhão em swaps, ou cerca de 18% do total. Se mudar o ritmo e passar a oferecer 8 mil contratos por dia, vendendo sempre o lote integral até o penúltimo pregão, como de praxe, o BC rolará cerca de 85%.
Estrategistas do banco BNP Paribas escreveram em nota clientes que entendem que a rolagem parcial é um sinal de que o BC não permitirá que o dólar caia muito além R$ 3,70, ainda de acordo com a Reuters.


Fonte: G1.globo.com

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