PGR deve pedir abertura de inquérito para investigar Eliseu Padilha - Página Xique-Xique

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27 fevereiro, 2017

PGR deve pedir abertura de inquérito para investigar Eliseu Padilha

Janot deve pedir investigação do chefe da Casa Civil devido às delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht; depoimento de José Yunes, ex-assessor de Temer, deve ser incluído no pedido.



A Procuradoria-Geral da República deve pedir depois do carnaval a abertura de um inquérito para investigar o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. O pedido de investigação deve ser enviado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal.

Padilha foi citado em depoimentos de delação premiada de executivos e ex-executivos da Odebrecht como suposto beneficiário de recursos ilícitos no esquema investigado pela Operação Lava Jato.

O ministro também foi mencionado por José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer, em depoimento queele deu à PGR no último dia 14.

Na ocasião, Yunes revelou que recebeu “documentos” do doleiro Lúcio Funaro a pedido de Padilha, durante a campanha presidencial de 2014. Mas, segundo delação premiada do ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho, Temer, havia dinheiro no envelope. Yunes disse desconhecer o conteúdo do envelope, entregue no escritório dele, segundo afirmou, a pedido de Eliseu Padilha e retirado posteriormente por um emissário.

Cláudio Melo Filho afirmou na delaçãoque, em um jantar no Palácio do Jaburu, Temer solicitou ao então presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht pagamento ao PMDB. O valor solicitado, segundo o delator, era de 10 milhões. Parte desse valor deveria ser entregue a Padilha. De acordo com o delator, Yunes recebeu em seu escritório, em dinheiro vivo, R$ 4 milhões que seriam a parte que cabia a Padilha do valor acertado entre Temer e Marcelo Odebrecht.

Após a revelação do conteúdo da delação de Melo, em dezembro, José Yunes pediu demissão do cargo de assessor especial da Presidência.

Procurada pelo G1, a assessoria de Padilha disse que o ministro não vai se pronunciar sobre a fala de Yunes. O Palácio do Planalto também disse que não vai se manifestar.

A TV Globo apurou que a PGR já iria pedir a abertura de inquérito antes mesmo do depoimento de Yunes, devido aos depoimentos dos delatores da Odebrecht. O pedido, agora, deve incluir a fala de José Yunes à Procuradoria.

Depoimento

De acordo com o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti, foi o próprio Yunes quem procurou o MinistérioPúblico para prestar depoimento e dar a sua versão do caso.

Segundo o relato de Yunes, Eliseu Padilha ligou para ele e disse que uma pessoa iria deixar em seu escritório em São Paulo documentos que depois seriam retirados por um emissário.

Ao chegar ao local, a pessoa se identificou como “Lúcio”. Yunes conta que pensava se tratar do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima.

Mas, ao receber o portador dos documentos, viu que era o doleiro Lúcio Funaro, preso e apontado pela Polícia Federal como operador do deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Yunes disse que falou rapidamente com Funaro e que achou a conversa “maluca”. Segundo relato de Yunes, Lúcio Funaro deixou o “documento” no escritório.


Horas depois, outra pessoa pegou o envelope deixado por Funaro, que tinha como destinatário o ex-ministro Geddel Vieira Lima.




















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