“A gente entende que a sede da Caesa,
que é a chamada polícia da Caatinga, seja em Irecê”, declarou o prefeito de
Irecê, Elmo Vaz durante uma entrevista.
A declaração do prefeito Elmo Vaz em
uma entrevista sobre a sede da Caesa rendeu inúmeras polêmicas. A população
deduziu que a Caesa será removida para Irecê. O pedido do prefeito de Irecê
causou preocupação, o que fez com que os municipes de Xique-xique tivessem
receio da retirada da sede da cidade.
Nas redes sociais, a população do
município de Xique-Xique mostrou-se insatisfeita com a possível retirada da
sede do município.
“Digo mais… não adianta cobrir Chico e
descobrir Francisco! Que criem uma outra especializada para Irecê. Isso seria o
mais coerente! Aqui na Chapada temos a CIPE Chapada com sede em Ruy Barbosa e a
Rondesp com sede em Itaberaba, e somente 36km distanciando as duas cidades! É
proteção para a Chapada”, disse o internauta Ramon Barreto.
A declaração de Elmo Vaz rendeu
críticas nas redes sociais e arrumou uma briga com a população de Xique-Xique.
“Que o senhor prefeito Elmo Vaz procure outros meios pra conseguir com o
governo uma companhia independente da especializada pra Irecê não solicitando a
retirada da companhia em Xique-xique. (Elmo Vaz)se precipitou com os fatos e
extrapolou nos argumentos diante a imprensa”, defende o morador de Xique-Xique
Luhélio Abreu.
A CAESA foi implantada no município de
Xique-Xique para coibir as ações do tráfico e do crime organizado que vem
atingindo a região, com apreensão de drogas, armas e criminosos. Em Irecê, com
o crescimento da violência e da criminalidade, torna-se necessário um reforço
da segurança, mas será que assistir uma região e deixar outra desassistida
seria a solução?!
É inquestionável a necessidade do
reforço a segurança pública em Irecê. Após o episódio do ataque ao Banco do
Brasil, constatou-se a situação de vulnerabilidade. O município anseia pelo
aumento do efetivo de policiais especializados no combate ao crime organizado e
da segurança na cidade. Com a inauguração do presídio prevista ainda para esse
semestre, a população de Irecê ficará ainda mais insegura, pois teme a
transferência de presos de alta periculosidade para o município.
Em 2015, tramitou no Congresso
Nacional a Proposta de Emenda à Constituição 33/2014 que transforma a segurança
pública em obrigação de competência comum entre União, estados, e municípios, o
que faz com que as cidades hoje necessitem chamar para si a responsabilidade.
O município de Irecê é a cidade sede
da microrregião, composta por cerca de 19 municípios, mas é indispensável que
diante da demanda, a Caesa ter uma sede em Xique-Xique e sub sedes em outras
cidades. É também emergencial a aprovação do projeto de lei que cria a Guarda
Municipal, enviada para a Câmara Municipal de Vereadores de Irecê ainda na
gestão do ex-prefeito Luizinho Sobral, mas por questões partidárias não foi
aprovada pelos vereadores.
O projeto da Guarda Municipal é de
suma importância, pois a missão institucional é preservar o patrimônio público
de Irecê e auxiliar as Forças de Segurança Pública na manutenção da ordem. O
projeto foi enviado novamente pelo atual prefeito, Elmo Vaz.
Conversamos por telefone com o
prefeito de Xique-Xique, Reinaldo Braga Filho sobre essa situação de incerteza
da permanência da Companhia de Ações Especiais do Semiárido (Caesa). Devido a
preocupação dos munícipes, o prefeito de Xique-xique se pronunciou.Segundo ele,
embora a sede da CAESA esteja instalada em Xique-Xique, as guarnições atendem
toda microrregião, inclusive no dia do acontecimento do Banco do Brasil em
Irecê haviam duas guarnições no município.
O prefeito Reinaldo Braga Filho
explicou que a sede da Caesa em Xique-Xique é estratégica, em vista da cidade
fazer fronteira com os municípios de Itaguaçu da Bahia, Gentio do Ouro,
Ipupiara, Morpará, Barra e Pilão Arcado. “As campainhas especializadas são
polícias de fronteira e a cidade de Xique-Xique é estratégica, pois está as
margens do São Francisco e tem 5.700km2 de extensão”, acrescenta.
Reinaldo Braga Filho tranquiliza a
população de Xique-Xique e desacredita na possibilidade da retirada, haja vista
que a implantação das companhias especializadas é uma decisão técnica atribuída
pela necessidade e não por questões políticas. “Não é por conta de um
acontecimento em Irecê que haverá mudança da sede. Tenho convicção que a
escolha da Caesa em Xique-xique foi uma escolha técnica e não política. Uma
instituição séria que tem cerca de 180 anos não pode ser vista uma instituição
politizada”, conclui.
Tentamos contato com o prefeito de
Irecê, Elmo Vaz, mas não tivemos resposta.
Fonte: Líder Notícias
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