Relatório da PF conclui que teste vazou
para pelos menos duas pessoas. Procurador vai estender pedido de suspensão para
provas objetivas.
O
procurador da República Oscar Costa Filho disse nesta quinta-feira (1º), em
Fortaleza, que vai pedir suspensão da validade de todas as provas do Enem 2016,
diante das conclusões do relatório da Polícia Federal enviado nesta
quarta-feira (30) ao MPF, que aponta vazamento das provas do exame para, pelo
menos, duas pessoas. Costa Filho vai estender o pedido de suspensão da redação
para todas as provas objetivas.
O
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
afirmou, na tarde desta quinta, que "não há indicio de vazamento degabarito oficial" e que o MPF vazou informações sobre o inquérito paraprovocar ''tumulto e insegurança''.
O
relatório da Polícia Federal do Ceará traz detalhes da investigação sobre oacesso de dois candidatos presos no Ceará - um na capital, na operação Embuste,
e uma jovem, na cidade de Juazweiro do norte, na operação Jogo Limpo. Os
candidatos tiveram acesso à "frase-código" da prova rosa. A
informação permitiu que candidatos que deveriam fazer provas diferentes da rosa
pudessem preencher o cartão de respostas de acordo com o gabarito transmitido
pela quadrilha - não importando a cor da prova que o candidato tenha recebido
no exame, já que a frase-código é o que legitima a correção conforme a cor
referente à frase. "Tanto o gabarito quanto a frase-código foram
divulgados antes do exame, o que garante a responsabilidade de afirmar que
houve vazamento da prova", diz o relatório.
Na
prisão de Fortaleza, a polícia encontrou no bolso de um homem de 34 anos o tema
e um texto pronto para ser transcrito. Ele ainda recebeu o gabarito pelo
celular e usou também ponto eletrônico na sala do exame.
O
MPF aguarda julgamento de recurso no Tribunal Regional Federal da 5ª Região(TRF-5) pedindo a anulação da decisão da 4ª Vara da Justiça Federal no Ceará de
não invalidar a prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No
pedido, o MPF também requer o envio do processo para a 8ª Vara da Justiça
Federal no Ceará.
Na
decisão questionada pelo MPF, o juiz José Vidal Silva Neto, da 4ª Vara daJustiça, afirma não ter havido vazamento do tema da redação, conforme argumenta
Oscar Costa Filho. "A meu ver, não houve conhecimento antecipado pelos
candidatos de qual seria o tema da redação do Enem-2016. A divulgação certa do
tema apenas no início da prova assegurou que a capacidade de elaboração
individual de texto escrito concatenado fosse medida efetivamente a partir e no
tempo de duração da redação, em igualdade de condições para todos os
candidatos", afirma José Vidal Neto na decisão.
Primeiro
pedido
O
primeiro pedido do MPF relativo ao Enem 2016, solicitando a suspensão das
provas em por causa das ocupações, já
havia sido negado pela 8ª vara da Justiça Federal O pedido foi feito após o
Ministério da Educação (MEC) decidir adiar a prova para participantes que
fariam o teste nas escolas ocupadas em protestos contra a reforma do ensino
médio e contra a PEC 241, que congela os investimentos públicos por 20 anos.
Fonte: g1.globo.com
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