Novo regime de trabalho terceirizado pode afetar pequenas empresas - Página Xique-Xique

Plantão


.

Publicidade

30 abril, 2017

Novo regime de trabalho terceirizado pode afetar pequenas empresas


Terceirização é um assunto que ganhou espaço no noticiário e deixou empresários e trabalhadores atentos. As novas regras de contratação podem afetar micro e pequenas empresas.

A pergunta é simples: você sabe o que mudou no regime de trabalho terceirizado? Segundo o professor Luciano Salamacha, doutor em administração da Fundação Getúlio Vargas, a terceirização já é praticada no Brasil, mas apenas para atividade meio. Há um mês, o governo federal sancionou um projeto de lei de 1998 que permite que empresas também terceirizem a atividade fim, antes proibida.

“O que precisamos agora é garantir a manutenção do emprego e renda. É isso que vai fazer o Brasil retomar o crescimento”, diz Salamacha.

Mas, o que é atividade fim e atividade meio? No caso de uma confecção, a atividade fim é o que a empresa produz: roupas. Já a atividade meio são os serviços auxiliares: limpeza e segurança.

Até então, a confecção só podia contratar empresas que forneciam mão-de-obra para as atividades meio, como seguranças e faxineiros. Com a nova lei, a confecção também poderá terceirizar a atividade fim, ou seja, contratar oficinas para fazer a costura de roupas.

“O pequeno empresário tem agora uma oportunidade de oferecer sua mão-de-obra e estrutura em regime parcial para um volume muito grande de empresas, coisa que a pequena empresa às vezes poderia atender, mas que a proibição da terceirização da atividade fim fazia com que isso não acontecesse”, explica Salamacha.

Mas, é bom lembrar que o pagamento do salário e os direitos trabalhistas são de responsabilidade da empresa que presta o serviço, a terceirizada.

A empresária Valéria Vasconcelos está animada. Ela monta escolas para crianças dentro de empresas que querem oferecer esse benefício a seus funcionários, há 27 anos. Com a nova lei da terceirização, ela poderá oferecer esse serviço também para outras escolas.

A empresa de Valéria tem 260 funcionários. Todos estão registrados em carteira.  Ela administra sete escolas que atendem a 700 crianças por dia. O faturamento dela é de R$ 800 mil por mês.

A empresária usa a mesma estrutura administrativa para todas as escolas. Assim, fica mais competitiva. “Eu tenho grupo de supervisores por área que prestam serviços com modelos de gestão prontos, prestam para várias unidades”, explica Valéria.

O consultor em Educação, Christian Rocha, acha que a terceirização é positiva, porque vai baixar custos e ajudar escolas com problemas. Mas tem que haver um controle maior na área pedagógica, principalmente, para professores do ensino fundamental. “Cada escola tem uma proposta pedagógica diferente, pode ter choque sim. Ele vai trabalhar com que proposta? Do contratado ou contratante, ai tem que tomar cuidado.”

Segundo especialistas, além da educação, construção civil e eventos são outros setores que vão se beneficiar mais com a terceirização da atividade fim e pequenas empresas poderão oferecer mão-de-obra qualificada ao mercado.

“As pequenas empresas têm que estar focadas em identificar agora as oportunidades que as grandes empresas estarão oferecendo. O pequeno empresário que acordar para isso e começar a procurar no mercado vai chegar primeiro e vai beber água limpa”, afirma Salamacha.












Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário


Publicidade