Projeto usa música para ajudar jovens carentes do Morumbi a não caírem na criminalidade - Página Xique-Xique

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30 novembro, 2015

Projeto usa música para ajudar jovens carentes do Morumbi a não caírem na criminalidade

Em 20 anos, Meninos do Morumbi já atendeu a mais de 14 mil crianças e adolescentes






"Moral e valores não são ensinados e sim vivenciados", afirma Flávio Pimenta, músico fundador e diretor do projeto Meninos do Morumbi que, com o auxílio da música, ajuda a transformar a vida de crianças de adolescentes, de 6 a 13 anos, para que a criminalidade não seja a única opção de vida dessas pessoas. Em quase 20 anos, o programa atendeu cerca de 14 mil jovens.

Pimenta, que é morador do bairro, conta que, em 1996, decidiu levar para o seu estúdio de música alguns garotos que mendigavam ou vendiam balas no farol na região do Morumbi. Lá, eles passaram a fazer parte do grupo de alunos regulares do músico. Foi então que Pimenta notou que poderia colocar a mão na massa para ajudar a mudar a realidade daqueles jovens.

— A música é uma ferramenta bacana, mas não o suficiente. Para transformar uma criança em cidadão é preciso um conjunto de ações. Foi então que nos aproximamos das famílias, das escolas e da comunidade para ajudar nesse processo. Oferecemos um ambiente democrático. É um espaço para a educação de valores. Aqui dentro, eles estão blindados das coisas ruins.

O músico critica o posicionamento da sociedade perante a problemática da violência e cobra para que todos assumam suas responsabilidades em promover um cenário de novas chances para essas crianças e adolescentes.

— A polícia é um remédio para um sintoma, e não a cura da doença. Ela pode sair prendendo, mas o que faz parar de nascer novos jovens bandidos é uma ação conjunta da sociedade, onde todos são responsáveis e fiquem próximos de quem precisa para espelharem bons valores. As pessoas sobem muros e guaritas, mas não dão a mão para uma criança em condições de vulnerabilidade. 

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Para participar do projeto, a criança deve estar na escola e longe das drogas e da criminalidade. O programa oferece também psicoterapia familiar e individual, bolsas de estudos e a chance de participar de eventos e shows ao lado de pessoas como Julian Lennon (filho de John Lennon), com quem a banda gravou um trabalho recentemente.

— Daqui saíram maestros, cantores, escritores. Claro que nem todos seguiram o mesmo caminho, mas é a minoria. 


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