PMs ficaram 7 dias fora das ruas e
Grande Vitória viveu dias de violência Mais de 700 policiais foram indiciados
por crime de motim e revolta.
O governo do Espírito Santo indiciou
mais de 700 policiais militares por causa da paralisação.
O governo endureceu a conversa. A
desobediência dos PMs que não saem dos quartéis virou inquérito. Os militares
vão responder por crime de motim e revolta.
“Mais de 700 militares foram
indiciados em inquéritos policiais militares. É a primeira leva. Como consequência
terá o corte do ponto”, disse o secretário de Segurança Pública, André Garcia.
Desde o início do movimento, da
madrugada de sábado (4) até esta sexta-feira (10), mais de 120 mortes foram
registradas, segundo o Sindicato da Polícia Civil. O governo diz que PMs podem
estar envolvidos na matança.
“Crimes que vão desde os mais graves
do Código Penal, contra a vida, até crimes que envolvem a Lei de Segurança
Nacional”, afirmou o secretário dos Direitos Humanos, Júlio Pompeo.
Repórter: Homicídio, o senhor quer
dizer?
Secretário:
Também.
Se houver condenação, militares
poderão ser expulsos da corporação e presos.
Mas o acampamento das mulheres dos PMs
permanece na frente dos portões dos quartéis. A reunião de quinta-feira (9)
entre representantes dos dois lados durou mais de 11 horas. Terminou na
madrugada desta sexta e não houve acordo.
“Continuamos o movimento, nenhum
polícia sai, e é isso que eu tenho a dizer”, afirmou uma mulher.
A situação é complexa e no sábado (11)
chega ao estado o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele vai
auxiliar nas negociações.
Sem a polícia nas ruas, a presença das
tropas federais só aumenta. Até domingo (12), vão ser 3.500 homens fazendo
patrulhamento. A ordem é vigiar por todos os lados, inclusive pelo alto.
O helicóptero do Exército leva uma
câmera de longo alcance para imagens durante o dia e também à noite.
“A partir desse momento, o Exército
vai intensificar os patrulhamentos, e poderá abranger diferentes pontos da
Grande Vitória”, disse o coronel Alves da Costa, porta-voz da Força Tarefa.
Terminais de ônibus, os morros e
avenidas estarão no foco da patrulha. As abordagens são feitas a todo momento.
Mas ainda há uma expectativa de acordo.
“Cremos na capacidade de diálogo do
governo do estado, cremos no entendimento dos policiais militares, de seus
familiares, e eu creio que o diálogo nosso, como estamos no estado democrático
de direito, o diálogo entre as partes vai chegar a contento a situação”.
Na rua aumentou a confiança numa
solução.
“Medo a gente tem, fica meio receosa e
tal, mas chega de cárcere privado”, diz a moradora.
Temer
condena
O presidente Michel Temer condenou a
paralisação da Polícia Militar no Espírito Santo. Numa nota divulgada pelo
Palácio do Planalto, Temer ressaltou que “o direito a reivindicação não pode
tornar o povo brasileiro refém e que o estado de direito não permite esse tipo
de comportamento inaceitável”.
Na nota, o presidente convoca aos
grevistas a retornaram trabalho como determinou a Justiça, com negociações que
respeitem a ordem e a lei, nas palavras do presidente Temes, “preservando o
direito e as garantias do povo que paga o salário dos servidores públicos,
sejam eles civis ou militares”.
Acordo
encerra paralisação
Por volta das 21h, o governo do
Espírito Santo e as associações de policiais fecharam acordo encerrando o
movimento grevista que tirou os PMs das ruas de Vitória durante sete dias. Pelo
acordo, os policiais voltam ao trabalho até as 7h de sábado (11). Quem voltar
até esse horário não vai sofrer processo administrativo e disciplinar, mas os
700 inquéritos para investigar os crimes de motim estão mantidos.
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