Equipamento chamado de 'Sarada' capta parte da água que antes iria para o esgoto. Aproveitamento é feito em limpeza e jardins; investimento foi de R$ 3 mil.
A Universidade Federal de São João de-Rey (UFSJ) desenvolveu e implantou um mecanismo que capta e armazena parte da água usada que antes ia parar no esgoto em Divinópolis. O investimento inicial foi de aproximadamente R$ 3 mil. Os cientistas esperam recuperar o valor investido já nos primeiros meses de uso por meio da economia no consumo de água tratada. Outras duas ações ambientais também são praticadas no campus da cidade do Centro-Oeste de Minas.
As iniciativa partiu do comitê gestor socioambiental da UFSJ. Por causa da crise hídrica e o alto custo do tratamento desse recurso natural, os pesquisadores desenvolveram um sistema capaz de reaproveitar a grande quantidade de água potável que era usada e depois descartada. A tecnologia recebeu o nome de “Sarada” e é um sistema de reuso de água.
De acordo com Paulo Sérgio Diniz, integrante do comitê responsável, a água reaproveitada pode ser usada na limpeza e nos jardins. Isso evita desperdício e custos extras desnecessários.
Mesmo na recente crise hídrica, a instituição não chegou a sofrer falta de água na cidade. “Mas, como é água tratada e utilizada em grande volume para os funcionamentos dos laboratórios, alimentação de destiladores, uso na limpeza etc., professores, técnicos e alunos se mobilizaram com foco no reaproveitamento”, explicou.
A implantação do sistema em um dos blocos custou cerca de R$ 3 mil. “Ele foi aprovado pela comunidade e será implantado brevemente em outro bloco, com maior número de destiladores”, explicou o professor Joaquim Maurício Duarte Almeida, que coordena o projeto.
Como grande parte da água é captada nos telhados e lajes dos laboratórios e escoada por meio de gravidade até o reservatório, o consumo de energia elétrica é baixo.
A expansão do “Sarada” depende da aquisição de material, que é todo custeado pela USFJ. Os desenvolvedores esperam que o custo seja restituído em poucos meses, por meio da economia de água proporcionada. “Haverá uma redução imediata na conta mensal, pois serão criadas reservas que serão utilizadas nas épocas de estiagem para limpeza e manutenção de jardins”.
Lixeiras
Outro projeto ecológico desenvolvido e que também já foi implantado no campus é a coleta seletiva. O professor afirma que a mudança de hábitos em relação ao descarte de lixo é necessária para manter o projeto. “Há adesão dos funcionários terceirizados na separação e coleta. No entanto, ainda precisamos de maior divulgação entre alunos e servidores e também de equipamentos para alocação e direcionamento às unidades capacitadas fazerem o destino final do material”, comentou.
Energia solar
A terceira iniciativa dos cientistas, com foco na geração de energia por meio dos raios solares no campus, encontra barreiras ainda maiores. “Este é um projeto para médio ou longo prazo. O investimento inicial é alto e se pagaria em três a cinco anos. Estamos estudando parcerias, editais e outras formas de patrocínios para este empreendimento”, explicou Joaquim.
A expectativa do professor é de que a forma como essa iniciativa será colocada em prática seja definida ainda no primeiro semestre deste ano.
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