Segundo
a Fuvest, índice de abstenção no primeiro dia da segunda fase foi de 8,5%. Os
livros exigidos foram 'Mayombe', 'Vidas Secas', 'Sagarana' e 'O cortiço'.
A prova de redação da Fuvest 2017
abordou conceitos do Iluminismo elaborados na obra de Immanuel Kant. Segundo
candidatos que saíram da prova a partir das 15h deste domingo (8), trechos de
um texto do filósofo escrito em 1784 serviram como base para que os candidatos
escrevessem uma redação sobre como o homem pode atingir o esclarecimento e sair
da "menoridade", ou seja, se tornar maior, valendo-se do seu próprio
entendimento.
Considerado um clássico da época, o
texto, traduzido para o português como "O que é Iluminismo?", faz uma
exaltação da razão, um dos conceitos que regeram o movimento do século XVIII de
recusa dos dogmas, e que deu à ciência e à racionalidade papel central no
desenvolvimento político, econômico e educacional, entre outros.
Na tarde deste domingo, a Fuvest
divulgou o relatório de presença dos candidatos: dos 22.869 candidatos, 1.933
faltaram à prova. O índice de abstenção foi de 8,5%.
"Um texto do Kant que pedia
esclarecimentos sobre como o homem se torna maior, sair de sua menoridade e se
tornar maior de idade. Você podia abordar isso de várias formas, eu abordei por
um lado político, mas não sei. Agora fica a dúvida, vamos esperar. Sempre tenho
medo quando está fácil. Mas gostei das peculiaridades", disse o professor
de história e geografia Carlos Augusto Bordignon, técnico administrativo da
USP, que fez a Fuvest.
Victor Borzakuel aprovou o tema.
"A redação eu achei fácil. É se a humanidade já atingiu a maioridade. Traz
o conceito do Kant que fala que maioridade é você fazer as coisas por você
mesmo. Daí perguntou se a gente concordava ou não com isso. A parte de
português estava fácil, só que eu não li três dos livros , mas tudo bem."
Quatro questões de literatura e seis
de gramática
Um dos primeiros a deixar o local de
provas na Faculdade de Educação da Cidade Universitária, na Zona Oeste da
Capital, foi o bancário Flávio Apolinário. Formado em física, ele afirmou que
está fazendo a Fuvest para disputar uma vaga no curso de licenciatura em
física, para poder lecionar na área. "Você nunca sabe o mercado de
trabalho amanhã. Precisa ter um plano B", justificou ele.
Segundo Apolinário, das dez questões
da prova de português, quatro foram sobre literatura e seis foram sobre
gramática. Ele afirmou que as questões de gramática não estavam muito difíceis.
De acordo com Bordignon, as questões
de literatura abordaram os livros "Mayombe", de Pepetela, "O cortiço",
de Aluísio Azevedo, "Vidas secas", de Graciliano Ramos, e
"Sagarana", de Guimarães Rosa.
"Ela exigiu muito, você tinha que
ter bons conhecimentos de português, mas no todo ela não foi engessada e nem
nada."
Bruno de Lima Antonieto também deixou
o local de provas na Cidade Universitária um pouco depois que os estudantes
foram liberados pela Fuvest. Ele disse que ainda não está fazendo a prova para
valer. "É a primeira vez que estou fazendo, achei que seria mais fácil,
mas está complicadinha até a prova. O pessoal que está fazendo para valer deve
estar bem nervoso."
Calendário
de provas
Depois da prova de português e
redação, nesta segunda (9), os candidatos terão de responder a 16 perguntas de
conhecimentos gerais, que vai abordar temas de história, geografia, matemática,
física, química, biologia e inglês. Por último, na terça-feira (10), será a vez
da prova específica, com 12 questões de duas ou três disciplinas cobradas de
acordo com a carreira em que o candidato se inscreveu.
Foram convocados para esta etapa final
20.741 candidatos – que disputarão 8.734 vagas na USP e 120 na Santa Casa de
São Paulo –, além de 2128 treineiros, totalizando 22.869 convocados.
Para os candidatos de artes cênicas e
curso superior do audiovisual, o vestibular continuará com as provas de
habilidades específicas entre os dias 11 e 13 de janeiro.
Fonte: g1.globo.com-educacao
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